sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O amor


Por esses dias minhas palavras não têm sido dóceis.

Não foi por querer que deixei passar em branco as estações pela minha vida, principalmente a primavera que é tão viva de cores. Mas, simplesmente por terem passado em silêncio. Nem mesmo os ventos do outono foram capazes de me tirar desse estado de transe em que me encontro. Doloroso. Sim, doloroso não sentir a vida passar. Melhor dizendo, perder a vida entre os vãos dos dedos. 

O fato de existir amor em demasia dentro do peito não te dá o direito de vivê-lo. Eu conheço o peso dessa palavra. Você conhece. Outras pessoas não compreendem o significado. Matam por amor - direta e indiretamente. Outras morrem por amor. Tudo em nome do amor! Seria mesmo o amor tão bom e sublime? 

Quem ama, nada espera em troca. O ódio e a raiva não se apodera de sua mente... Mas a dor rasga cada veia de seu corpo e o faz sangrar por dentro. Aparentemente, você tem uma vida perfeita, feliz e, até admirável, pode-se assim dizer. Mas no seu íntimo tudo se acabou. Nem mesmo vida existe. Estado fúnebre. 

O amor proporciona muitos dias ensolarados, mas também causa grandes vendavais.

[Karina Vicente]



2 comentários:

  1. Querida amiga, suas palavras me são tão familiares...tens escutado meus pensamentos?
    Nestes meus dias de silêncio não tive forças nem para pegar num papel e deixar as palavras correrem de mim...mas hoje quando vejo tudo que escreveu, sinto como se elas tivessem pedido para que você as expulsassem. Sinto-me esvaziada!!

    Um grande beijo!

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    1. Minha querida, por estes dias esteves em silêncio. Hoje sou eu quem está assim. Tenho a necessidade de escrever, mas meus pensamentos estão mudos!
      É interessante saber que outras pessoas sentem o mesmo, mas isso me deixa um tanto incomodada. Sei o quanto isso dói. E é uma dor passível de qualquer explicação.
      Entretanto, fico contente em saber que minhas palavras confortam outras pessoas.

      Enfim, espero poder lhe ajudar sempre!

      Um beijo.

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